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CORINGA E A DITADURA DO RISO

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por Rômulo Giacome de Oliveira Fernandes Coringa chocou porque é um filme sem firulas. E o que choca é a realidade, nua, simples. Um filme feito com o corpo, simplesmente. E pessoas, onde os vilões são todos nós, bem como as vítimas.             Coringa não é um filme tenso. Coringa é apenas a realidade vista no detalhe. O mais cruel detalhe do dia a dia. Nas esquinas, nos trabalhos mais simples executados pelas pessoas mais simples em busca de identidade. Nas pessoas ao nosso lado, que esperam. Em nós mesmos que esperamos. Naquilo que deixamos de falar e fazer ao outros e esperamos sempre. E isto sufoca e nos faz ter reações incontroláveis. E muitas vezes estas reações são absurdas, como o riso e a alegria falsa, a foto mentirosa e a vida fácil. Mas Coringa levanta uma questão simples e do conhecimento comum: a ditadura do riso.           Aquele riso que vem patológico, obrigatório e coreográfico. O riso de falsete e antecipado de propósito. O simulacro desse riso expõe a