“ON THE ROAD” (JACK KEROUAC) UM MARCO LITERÁRIO NA DEFINIÇÃO DE JUVENTUDE E REBELDIA


“ON THE ROAD” (JACK KEROUAC)
UM MARCO LITERÁRIO NA DEFINIÇÃO DE JUVENTUDE E REBELDIA
by Rômulo Giácome
On the Road é uma das obras mais importantes de Jack Kerouac. Lançada em 1951 lança alguns dos pilares da cultura Beat, ou também chamada Beatnic. Também projeta sobre uma fase confusa da história americana, onde os jovens, avassalados pela II guerra, buscam uma conduta social de negação, liberdade, fusão da negligência dos modelos americanos tradicionalistas. Na contramão dos modelos gerais americanos, no auge do consumo e das formas naturais da revolução cultural, a geração Beat navega nos primórdios basilares da contracultura, que operaria com toda intensidade a partir da década de sessenta. A noção de andarilho, descortinando a miséria americana, não com foco social, mas ampliando as grandezas dos confins americanos, suas belezas naturais, históricas e culturais, por meio de uma ótica atordoada, acolchoada pela visão ébria e inebriada da bebida e das drogas.
On the Road é construído sobre, basicamente, as viagens loucas de Dean Moriaty e Sal Paradise, o alter ego do próprio autor. De carro, ônibus ou trem, Sal vaga perdido,
em alta velocidade, com pressa de viver, ensandecido pela vontade de libertar-se das amarras da falsa sociedade americana, calcada e recalcada pela plataforma social da década de 50.
Ler On the Road é perpetuar uma atitude que se basta a si mesma: a rapidez da linguagem da obra é a própria ansiedade de viver, de deslocar-se, móvel, sobre a eternidade do tempo mínimo, do lapso de vida que há no movimento, nas formas passando pela janela. Visões de um país continental constroem um ambiente que não para, polimorfo, ele se reitegra e desintegra diante dos olhos do leitor. Dos campos de plantações da Califórnia, Frisco, Nova Jersey, as docas, as ruas, a musicalidade do Jazz, sua atitude e sua aura, dança e festa, chegar e não ficar.
Sal Paradise é atordoado e entorpecido pela presença maciça e intransigente de Dean, uma máquina ansiosa por vida, por estrada, por andar e não parar, dirigindo freneticamente seu Hudson 49, um clássico automobilístico sobre rodas, que não para nas longas retas do Texas e de toda a costa Leste a Oeste. Comendo e parando onde desse, vai se consolidando um retrato da sociedade americana que vive à margem de estradas, em postos, bares, lanchonetes e grotões que borbulham shows de Jazz noturnos arrebatadores, loucos e uivantes.
Muito se tem dito sobre a dicção narrativa de Kerouac; sua velocidade moderna transgride a lógica da narração formal literária, de um modo seco e versátil, jovem, sem adornos ou formas atenuantes. Mas mais do que o som de sua fala, os ruídos de uma mente viajante, On the Road nos coloca na estrada, do lado de dentro, do lado que interessa, vendo a movimentação rápida da paisagem, a descrição dos estados de espírito é feita realisticamente, focada no real, no fato, na existência viva do jovem e sua pulsação. O tempo expira e a eternidade vigora. Os valores culturais são permutáveis, afetivos, descaracterizados de qualquer forma convencional. Sal e Dean vão colecionando amigos, festas, parando e permanecendo muito pouco.
Esta obra consolida a postura rebelde e toda a atitude Rock and Roll que iria se estabelecer na década de sessenta. Mais do que isso, relatada em um rolo de papel Telex em duas semanas, Kerouac canaliza suas experiências de viagem por sete anos pelos Estados Unidos. Uma bíblia de viagem. Não a viagem convencional, a viagem burocrática e sistemática, calculada. A viagem segura e previsível. Mas sim a viagem salto, pulo ao desconhecido, ao surpreendente, e deixar se surpreender, deixar acontecer e apenas relembrar com saudade, a filtrar pelo coração os grandes momentos, as grandes companhias, o sabor da estrada regado ao pequeno desafio e, principalmente, à liberdade, ao abandono de si às desventuras da rodovia asfáltica, esta sensação que muitos precisam, mas poucos têm coragem de efetuar.
Por fim, talvez Kerouac tenha sido bastante literário, justamente naquilo que a arte verbal tem de mais perpétuo: o apreço ao processo, ao andamento, ao antes e depois, e não decisivamente ao fim. Em linguagem de viagem: mais interessante do que chegar ao destino, é se surpreender com o caminho, e se deixar parar e ficar, pelo menos até a próxima parada.

Comentários

Deixou-me intrigada a entrar de cabeça da vida e aventuras, descobertas de Sal! Devorar cada pedaço dessas descobertas e viver junto com ele tudo o que ele viveu!
Debora Santos# acadêmica de letras 2014# disse…
Viagem, no tempo, no espaço.O agora, o hoje,o real, o imaginário, à vida, à liberdade, viver à fantasia, o sonho,o sobrenatural. On the road é tudo de bom...
Unknown disse…
Solange Alves - acadêmica de Letras 2014
On The road, simplesmente uma viagem no tempo, ao mesmo instante que parece tudo uma mera imaginação nos leva a realidade, um mundo onde ser diferente é normal. On the road sem duvidas é wonderful.
Anônimo disse…
Tauana Eller Meira - Acadêmica de Letras 2014.
On the Road, traz a sensação de liberdade,uma viagem para conhecer a si mesmo, descobrir coisas novas e vencer desafios.On the Road é sensacional!
Anônimo disse…
Dayane Pereira Alves- Acadêmica de Letras 2014.
On the Road, é uma obra muito interessante, pois se trata de uma década bem marcante, que é a década de 50. A obra nos mostra uma viagem no tempo, onde é marcado pela existência viva do jovem e sua pulsação. sem dúvidas nenhuma é uma obra de qualidade.
Anônimo disse…
É uma obra importante, pois ressalta seus valores culturais, é uma viagem muito interessante que ao mesmo tempo que você vai aos anos 60, te traz para o presente. O teolitérias é uma ótima opção de leituras.
Anônimo disse…
Ivanete Teixeira
é uma obra importante, pois ressalta seus valores culturais, é uma viagem muito interessante que ao mesmo tempo que você vai aos anos 60, te traz para o presente. O teolitérias é uma ótima opçãode leituras.
Edmagna Freitag disse…
On the Road é uma obra interessante por mostrar a "rebeldia" dos jovens da década de 50 a procura de demonstrar seus valores para a sociedade.
Unknown disse…
On the Road, me despertou o interesse em ler. Com uma sensacional aventura, voltada aos anos passados, e revela uma liberdade insana e sem limites.
Anônimo disse…
Jaíne silva- Acadêmica de letras 2014
On the Road, trata sobre a ansiedade de viver intensamente, levando o leitor a entrar nesta viagem em busca do desconhecido,algo nem um pouco convencional que é exatamente o que faz com que o leitor se sinta na "estrada".
Anônimo disse…
Alice Evaldt academica de letras 2014
On The Road uma viagem prescindível total liberdade, despertou me o interesse de conhecer mais sobre a obra
Anônimo disse…
Stefany larissa, acadêmica do curso de Letras/UNESC.

Achei a crítica em si interessantes, pois me entusiasmou a fazer a leitura da obra. O protagonista citado na crítica apesenta características as quais penso construir um ótimo personagem.
As aventura de sal correlacionado com atitudes juvenis atrai muito a atenção do público.

Anônimo disse…
Jessica Luana, acadêmica de Letras/UNESC 2014.

Muito bom, adorei a sensação de liberdade que o livro inspira, a resenha ficou muito bem elaborada, Parabéns.
Anônimo disse…
Nádia Pereira.

A crítica de On the road, analisa a obra e a torna interessante. A partir da leitura da crítica o leitor está com uma opinião positiva e interessa-se pela obra.
vanildosc disse…
Na obra On the Road, O desejo de liberdade e quebrar barreiras vigentes na sociedade. Percorrer caminhos desconhecidos em busca de algo não sentido antes, conduz o leitor a pensar a trilhar aventuras na vida ligada ao conhecimento sobre o País.