AINDE QUE FIQUE, SEMPRE SOBRA
Por Rômulo Giacome de Oliveira Fernandes
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quando andamos no solo
seco solo tênue próximo
as linhas do caminho se fecham
e se cruzam por sobre elas mesmas;
fundem-se na pele o ferro e flutuando
o contorno da estrada circula no vento
e faz-se alto girando luminoso de fronte
formando uma auréola sufoca a cabeça que
pesada cai na terra da estrada
sem caminho formando o pó e mais nada
onde estaria no leito a acabar
sabendo que pedaços sensíveis
despedaçadas epidermes sofrem o peso
sufocante da escolha e da vida afora
correndo diante do vazio que agora
enegrecido pelas formas invisíveis
pedem um pouco de mim onde mim
mesmo estaria desperto a acordar
sem saber que o frio não corta
nem o fogo queima só o vazio silencioso
que marca o espaço, definha o sonho e
destrói a última gota de lembraça
ficando o resto, ainda, a contemplar
as sobras do tempo e da consciência
com a cara na lama, os pés na merda
a cabeça pendida ainda pedindo
e ainda mandando um recado à felicidade
Pra quem?
Se me perguntarem: o que?
Responderia ou não
“só uma folha dissolvendo-se ao vento”
Se me perguntarem, para que?
“O toque árido ao solo, a fome, a seca
O desassossego e a dissonância
Distância talvez”
Se me perguntarem, de quem?
“Do invisível que me fere o peito”
E o por que? (se ainda me perguntarem)
Sim. A solidão que devora o último pedaço de mim que ainda fica
E agora?
silêncio,
O ensurdecedor e maldito silêncio.
Me dispo da miséria
Corando-me da mágoa
A indiferença me resseca
E a coragem me abstém da sorte
Não existe medo onde não há perigo
Não há perigo onde tudo é des-importante
Não há importância onde tudo não é meu
Não há nada meu onde nada me detém:
Os olhos, a vontade e o coração
Tudo me (des)ocupa a mente
E foge aos olhos e mãos
Não quero nada
Que ainda
Possa
Ferir
Deixo as virtudes para os outros
Procurarei apenas os sentidos
Na inscrição
Que me habita
O desinteresse
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quando andamos no solo
seco solo tênue próximo
as linhas do caminho se fecham
e se cruzam por sobre elas mesmas;
fundem-se na pele o ferro e flutuando
o contorno da estrada circula no vento
e faz-se alto girando luminoso de fronte
formando uma auréola sufoca a cabeça que
pesada cai na terra da estrada
sem caminho formando o pó e mais nada
onde estaria no leito a acabar
sabendo que pedaços sensíveis
despedaçadas epidermes sofrem o peso
sufocante da escolha e da vida afora
correndo diante do vazio que agora
enegrecido pelas formas invisíveis
pedem um pouco de mim onde mim
mesmo estaria desperto a acordar
sem saber que o frio não corta
nem o fogo queima só o vazio silencioso
que marca o espaço, definha o sonho e
destrói a última gota de lembraça
ficando o resto, ainda, a contemplar
as sobras do tempo e da consciência
com a cara na lama, os pés na merda
a cabeça pendida ainda pedindo
e ainda mandando um recado à felicidade
Pra quem?
Se me perguntarem: o que?
Responderia ou não
“só uma folha dissolvendo-se ao vento”
Se me perguntarem, para que?
“O toque árido ao solo, a fome, a seca
O desassossego e a dissonância
Distância talvez”
Se me perguntarem, de quem?
“Do invisível que me fere o peito”
E o por que? (se ainda me perguntarem)
Sim. A solidão que devora o último pedaço de mim que ainda fica
E agora?
silêncio,
O ensurdecedor e maldito silêncio.
Me dispo da miséria
Corando-me da mágoa
A indiferença me resseca
E a coragem me abstém da sorte
Não existe medo onde não há perigo
Não há perigo onde tudo é des-importante
Não há importância onde tudo não é meu
Não há nada meu onde nada me detém:
Os olhos, a vontade e o coração
Tudo me (des)ocupa a mente
E foge aos olhos e mãos
Não quero nada
Que ainda
Possa
Ferir
Deixo as virtudes para os outros
Procurarei apenas os sentidos
Na inscrição
Que me habita
O desinteresse
Comentários
Deixa de modestia e passe a divulgá-la para todos.
um grande abraço
Vale ns comentários.
O meu é que sem dúvidas o silêncio é ensurdecedor, além disso ele é sábio.
Um abraço e boa sorte pra nós nos projetos.
quanto mais amplo for o vasio
mais repleto de virtude sera
pois a principal virtude de uma janela eo seu vasio.
eai profossor tranquilo
posso não ta estudando
mas ainda navego no seu blogger
gostei muito do seu texto
fas pensar no vasio rs...
como já havia dito: o sim e o não é agora; o silêncio é sempre eterno;
continue gostando de poesia;
como dizia Hegel: a linguagem é a casa do homem
abraços