NO-SENSE

Por. Rômulo Giacome
O no-sense é uma ruptura com a lógica discursiva e ideológica, que amarrada em sua linearidade, consegue desviar e constituir humor; o no-sense tem a marca da ausência, do desvio e, inclusive, do devir, pois demarca o pico ou clímax que não existe, senão na própria sátira ao gênero;
É um negar o óbvio pela obviedade e trazer originalidade pelo comportamento torpe dos seres envolvidos;


É mais do que a caricatura, tendo em vista que esta apenas amplia e estereotipa os traços e amarra às formas; o no-sense aglutina, deturpa e ironiza, constrói e desconstrói para o fim mais sagaz, o escárnio;

No no-sense, o absurdo toma proporções cinematográficas e determina o estranho e o espantoso no silêncio;

O no-sense é um sarro na cultura erudita, pop e qualquer outro tipo de sistema representativo, pois é, essencialmente, o pensamento niilista do contemporâneo e o caráter do pós-moderno.
Não a nada mais literariemente puro que o no-sense dentro da cultura contemporânea de massa; ele tem em seus "gens", o puro germe da cultura Pop, enfabulado e embalado pelos picos de fantástico e surpreendente que brota de sua construção. Por fim, a estreita relação entre o real e o imaginário é a linha tênue da desgraça e do sofrimento alheio, os elementos mais engraçados que já foram criados;

Comentários