Banda MOPTOP: É PRECISO CONHECER URGENTEMENTE

MOPTOP
O meu contato com a banda MopTop foi extremamente Pop. Me apaixonei pela força da canção “Aonde quer chegar” do último álbum. Daí em diante fui escutando superficialmente e, como sempre, dirigindo, centrando a atenção racional no trânsito e a emocional na música, consegui captar nuances que eu não havia percebido. Nuances de guitarra, pequenos trabalhos que mostravam quem era esta banda. Assim, foi quando descobri a facilidade dos seus refrões, fortes e bem construídos. A qualidade dos músicos e a originalidade das letras. Daí fui para o álbum MopTop (2007), já consagrado pela crítica (primeira imagem). Posso afirmar que MopTop é a melhor banda, disparada, de Rock Nacional da contemporaneidade. Longe dos mesmos clichês enjoativos e anacrônicos do contra/baixo/letra/cabeça/porra/consciente do Charlie Brow Jr; da animação de Baile a lá Tim Maia de Jota Quest; a banda busca clichês mais ilustres e mais definidos no rock inglês e pós-punk de The Strokes e Franz Ferdinand,

localizados no início do século XXI (hahah). É inegável a miscelânia de referências musicais em MopTop. Este disco concatena um pouco de The Killers com aquele instrumental grandiloquente, que já referencia The Cure e U2. A criatividade de Riffs brota leve e costurada em meio à batida do Indie. Aquelas intrigantes “coçadas” de guitarra, que aparecem levemente, dão a tônica do grupo. O álbum de 2007 é bem superior ao último (2008). Este primeiro álbum, homônimo (MOPTOP) traz algumas canções maravilhosas, que não devem em nada em relação ao que tem sido composto na Europa e América. Na primeira faixa, Uma chance, desaba um vocal claro e bacana, com uma levada criativa e o desenho de riffs típicos do rock pós-punk. A guitarra vai contornando e formando, vagarosamente, formas simples, mas bem retocadas, o que lembra muito The Strokes. O suingado brilho e recorte dado no solo é bacaníssimo e rico, bem como o refrão “Não me peça para manter a calma / não tente me impedir”, que conclama a criatividade da banda. Mas esta é apenas a abertura para a paulada de O rock não acabou; a levada da bateria flertando com o eletrônico e de repente, uma guitarra cortando a forma e o andamento com um entrecortado de riffs soberanos, projetando o refrão: “eu corro contra a luz / e eu fujo sem tremer”, e no andar deste arranjo, uma guinada à lá “The Killers”, ressaltando guitarra e teclado, nota DEZ. Neste ímpeto de vontade ainda tem espaço para uma espécie de resignação e autocomiseração franciscana em Bem Melhor; o arranjo é de uma bateria punk simplíssima, com a mesma tonalidade da guitarra clara que norteia todas as outras canções. O segredo vem da forma resignativa com que surge o refrão “Bem melhor / desta vez, será bem melhor”, entrecortada com os mesmos serrilhados de guitarra em notas claras. Assim, é difícil deixar alguma canção de fora.

Mas, mantendo a linha das antológicas, podemos elencar Melhor nem vir; o arranjo é simples e perde a tonalidade e levada rápida; é leve, com um andamento quase Pop, que conduz ao refrão matador: “Se for para se guardar / é melhor nem vir”; todo o composto musical clama o refrão e quando ele vem, vem!!; Fechando a lista antológica, Lugar qualquer está exatamente no lugar certo; quase no final, deixando o melhor para o grand finale; esta canção tem tudo; força, um arranjo rápido, pesado e intenso; que projeta um refrão arrebatador, com algumas brincadeiras com a guitarra, soltas, à la Ed (U2), conclamando o refrão tão esperado “Hou não, eu faço tudo que vc quizer / Não sei se quero mais viver assim sem você / se a cada dia eu me vejo mais infeliz / antes era tão sério / agora rio sem motivo para não chorar.” Eu diria que MopTop tem tudo para ocupar grandes lugares, ser messiânica e traduzir uma pequena geração de um grande mundo. Minha história com a banda surgiu com a música “Aonde quer chegar”, do disco Como se comportar (2008). Esta música é simplemente genial. Tem todos os ingredientes que consagram minha fruição. Um andamento pós-punk, com uma estrutura complexa e randômica de guitarras brincando em uma sintonia e tonalidade clara e eletricamente saudável. Escrever esta resenha é uma justiça a esta banda maravilhosa, atual e que merece ser ouvida, fruída e assimilada em todos os seus detalhes.


Comentários

Mario Mamede disse…
Muito bom o texto do post. Adorei!
Espero uma ótima apresentação em PVH e que possamos trocar uma idéia.
Abração!

Mario Mamede
Teoliterias disse…
Mário!!! Que louco brother!! Não poderia nem acreditar que um membro da banda iria comentar meu posto!!! Show!!! Cada vez mais sou fã do trabalho de vocês e congratulo pela opção de um Rock com mais qualidade e de uma verve contemporânea!! Continuem assim espero que em PVH possamos trocar idéias!!
Teoliterias disse…
Este comentário foi removido pelo autor.