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INTRODUÇÃO À CRÍTICA LITERÁRIA

Por Rômulo Giácome Oliveira Fernandes O presente texto é um esboço resumido de algumas atitudes metodológicas que o Crítico deve possuir frente ao objeto estético verbal, levando em conta toda a diversidade de correntes críticas e variáveis metodológicas. 1. A crítica literária dividida em duas ações: (metodologia básica) a) Desdobrar a obra do ponto de vista dos “sentidos”, propondo releituras e revisões interpretativas, relatando estas leituras através de meta-textos; b) Averiguar e descrever a qualidade da obra segundo parâmetros centrais da crítica literária atual. Estas ações estão pautadas na estratégia e postura central da ciência TEORIA DA LITERATURA: a análise literária. Através desta, poderemos desmontar o texto, procurando diagnosticar os recursos / terminológicos logo abaixo citados. 2. A questão da qualidade: 2.1. A qualidade enquanto “constructo”; matéria verbal trabalhada de modo a propiciar as categorias centrais estudadas pela Teoria da Literatura...

ANÁLISE CRÍTICA DOS AUTORES ÁRCADES: POR BOSI

ESTUDO DOS AUTORES PELA ÓTICA DE ALFREDO BOSI Professor. Rômulo Giácome O Fernandes “Mais de um fator contribuiu para que Cláudio Manuel da Costa fosse o nosso primeiro e mais acabado poeta neo-clássico”. (p. 61) 1. CLÁUDIO MANUEL DA COSTA (GLAUCESTE SATÚRNIO) Com esta citação abrimos este estudo sobre os autores Árcades na obra História Concisa da Literatura Brasileira. Como prenúncio de uma possível valorização imediata de Cláudio, o adjetivo primeiro e mais acabado nos dão um detalhe peculiar. Cronologicamente, Cláudio foi o primeiro poeta de nossa geração neoclássica. Por outro lado, o acabamento dado aos seus versos, atribuíram-no o título de artesão-mor do período. Criticamente, estas marcas de juízo deixadas como pegadas por Bosi, serão mensuradas ao final desta resenha. De um modo geral, podemos avaliar Cláudio por sua configuração, detalhada abaixo: 1. SOBRIEDADE E CULTURA HUMANÍSTICA. Um quesito primordial para a confecção de uma poética neoclássica, é o reconhecimen...

CONHEÇA O GRUPO TEOLITERIAS

Vc quer compartilhar suas idéias sobre arte e cultura? Receber informações, materiais e orientações sobre teoria literária, semiótica e pós-modernidade? Conheça um pouco mais sobre o grupo de pesquisa TEOLITERIAS. Abaixo veremos a justificativa do grupo, alguns temas centrais e os membros filiados com pesquisa em andamento. Professor Rômulo Giácome TEOLITÉRAS Justificativa O contexto científico da pesquisa em linguagens poéticas, apreciação crítica de obras literárias, aproximação semiótica das estruturas discursivas da arte e publicidade, seja visual, verbal e sonora, são realidades em ebulição. Cada vez mais estes estudos compartilham interesse am variadas áreas, desde a psicologia até o Marketing. Inclusive a própria teoria da literatura ganhou força nos últimos anos quando participou da compreensão científica da cultura e suas relações com a arte e a linguagem. (BLOOM, 1995) O grupo de pesquisa TEOLITÉRIAS procura engajar novas mentes em ebulição que possam conjuntas ao método c...

ASPECTOS GERAIS DO ARCADISMO: Análise de Alfredo Bosi

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 41ª ed. São Paulo: ed. Cultrix, 1994. ASPECTOS ESTÉTICOS, ESTILÍSTICOS E TEMÁTICOS DO ARCADISMO ALFREDO BOSI Org. Prof. Rômulo Giácome O Fernandes - Atenuar os aspectos pesados e maciços do Barroco; A linguagem Barroca estava amarrada ao signo tanto quanto desvinculada ao princípio do gosto e da graça. Entendida como amaneiramento das formas e conteúdos. - Busca do Natural; Esquemas rítmicos mais graciosos; O verso buscou a melopéia quatrocentista de Sannazaro; A lira pastoril de Guarini; (influências medievais). - A incursão ao mundo do equilíbrio, perpetuou princípios como o claro, o racional, o regular e o verossímil; Na tentativa maior de arquitetar uma estética própria, o Arcadismo foi antes de tudo político e normativo; intentou formar uma concepção sobre a arte literária, reiterando ares de Poética; Re-inventou as fórmulas clássicas à sua maneira; (Neo-classicismo; Iluminismo) A estrutura do Arcadismo se dá ...

O DEVENIR...EVANESCENTE

Escaparam do horizonte olhares perdidos caminhando, o espaço não é mais a pequena esfera que gira sob nossas cabeças apertado foge um pequeno soluço dos lábios azuis do sol sem festa o sol sem calor e sem sol um pequeno soluço incendeia alenta do frio amigo à noite cabera tudo dentro de um pequeno copo e nele esvaziava dia após dia quem dera um último gole cesse mas se cessa, vivia; (a tristeza é uma pequena dádiva do coração) (uma pequena doação aos deuses que brincam, trotam nos cordeiros que pulam felizes ao sacrifício) (sacrificar é banalizar-se) vontades não morrem, a morte não sonha como sonham nossos sonhos previsível a desgraça, incógnita a vitória mas a vitória é prêmio duro: vencer é destruir apenas cesse e viva; e se viver que agora salte se saltar que agora grite e cante se cantar não termine mesmo que a noite acabe o dia venha dotado de músculos reais se afogar no cotidiano já não sem motivo de fuga não sem motivo de agonia que viva ainda ...

A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE LITERÁRIA

Por Rômulo Giacome de Olliveira Fernandes A linguagem é um fenômeno que agrega muitas teorias. A propagação científica das problemáticas que ela engendra, coube também à teoria literária. As artes, como linguagem essencial que são, merecem uma atitude científica, que perquira hipóteses dentro de problemas, acentue uma investigação metodológica e defina resultados dentro de uma linha ideológica de estudo. Ter atitude científica sobre a literatura é o primeiro passo para compreendê-la. Muito se tem dito da literatura popular, daquela desvencilhada de aparatos técnicos; outros acentuam o poder da arte de consumo, art pop, cult art, literatura descartável de fruição rápida e descompromissada; mas até mesmo estas apresentam motivos para problematizações: são realmente arte? possuem literariedade? O grande pedestal da atitude crítica e científica sobre o objeto de arte verbal é a ANÁLISE LITERÁRIA; encarada como uma sistematização da obra de arte por alguns; vista como libertadora dos...

A TEORIA LITERÁRIA: Pontuando Acízelo

SOUZA, Roberto Acízelo de. Teoria da Literatura. 5.ª ed. Ed. Ática: São Paulo, 1995. PONTOS NODAIS Por. Prof. Ms. Rômulo Giácome O Fernandes 1. Sem uma teoria, a literatura é o óbvio . (pág 05) A literatura é um objeto científico que possui variadas formas. Por ser construída pela linguagem e, esta possui uma configuração variável, depende de vastos fatores para uma teorização competente. Em primeira instância poderíamos considerá-la como aberta a lacunas. Estas lacunas devem ser preenchidas pela teoria. O discurso literário se constrói através de um discurso que o sustente. Analisar a obra, ver suas possibilidades de leitura, explicar seu funcionamento são práticas da teoria literária. A teoria literária faz com que a obra tenha um sentido científico. Pois a considera objeto de pesquisa e para tanto procura metodologias que consigam estudá-la. 2. Pode-se teorizar sobre a literatura? (pág 08) O problema de encontrar respostas ou conceitos para literatura está no fato de ...

SEMIÓTICA E VANGUARDA: DIÁLOGOS

O título fala muito aos nossos ouvidos letrados: a combinação semiótica e literatura data já de algumas décadas e fica cada vez mais forte; Vejamos quais são as causas disso: Quando a arte literária tentou romper com o clássico, que de regra traz sobre si toda a plataforma da retórica , (uma espécie de normatividade da linguagem), traços de um humanismo racionalista elitista , e de uma estética amarrada aos valores míticos e harmônicos, o homem tentou lidar melhor com a liberdade criadora e leitora; esta liberdade de criação já estava prevista no Romantismo, período que tem seu cânone amarrado à "liberté";  O problema é que o Romantismo ainda não possuía uma linguagem que estivesse à altura do projeto de liberdade; esta linguagem ainda representava muito próximo o real e o verbal. É possível acreditarmos que o verbal tinha pequenas imperfeições como linguagem artística. Foi nesta lacuna aberta pelo Romantismo, problematizada pelos simbolistas que entra a voz forte de...

Meu contato é...a todos!

Alô a todos: A luz adeja aqueles que estão vivos... A esperança sopra para aqueles que acreditam nela... O amor vale a pena para quem ama de verdade... Viver é um prazer para quem sabe medir: a dureza do pessimismo ou a virtude da boa vontade... escolha o que é bom a todos Esta é uma postment rápida e direta: //Alunos do VII e III , leiam "História Concisa da Literatura Brasileira" (BOSI) respectivamente conteúdos de Concretismo e Barroco (para cada turma). O Bosi possibilitará uma internalização de conceitos vitais ao andamento das aulas. Sempre pautem-se nas seguintes questões: O período configura-se por qual pensamento a cerca do homem e da arte? Como o período vê a criação poética? Como a linguagem éutilizada? Quais marcas posso utilizar para dissociar um período do outro?// //Alunos do V período: continuem o fichamento do Roland Barthes; leiam complementarmente o livro "O que é semiótica" de Lúcia Santaella para ficarem por dentro dos conteúdos das aulas Não e...

O Cânone Clássico e o Moderno: Uma luta de séculos

Bem... Espero que todos estejam bem, descançados e prontos para novos conteúdos: Leitores do VII período, especificamente: Historicamente temos um monopólio e uma espoliação do cânone clássico por todos os séculos. Quase toda a trajetória literária apresenta uma paradigma clássico, travestido de "novo", mas simplesmente ambientado ao novo contexto de enunciação. Esta quase opressão fez com que algumas escolas fortificassem, visto que traziam contrapontos dentro de sua estrutura. Vejamos quais os períodos que travaram diálogo com o clássico, opondo-se em alguns momentos ou aglutinando em outros. - O Barroco ainda não pode ser considerado um cânone totalmente moderno, visto que sua oposição ao clássico estava centrada por sobre uma contradição retórica: ainda existiam as velhas fórmulas elitistas de poesia, adensadas no cultismo e conceptismo humanista, favorecendo o adorno que circundava os poemas. A objetividade ainda manchava as possíveis contradições barrocas, ...

SEMIÓTICA E CRÍTICA LITERÁRIA: PREÂMBULOS

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Este texto tem a função de traçar um preâmbulo da Semiótica e sua atuação na Linguagem e para ela, principalmente a Linguagem Literária e Artística.  A semiótica tem por objeto sistemas representativos de linguagem. Um sistema linguístico tem uma estrutura bem definida de funcionamento, mas não podemos afirmar o mesmo quanto às suas dimensões, pois sempre estamos acrescentando algum novo signo ao conjunto. Os signos que compõem um sistema não necessitam necessariamente serem linguísticos. Podem ser objetos, assim como as roupas são signos para o sistema moda, e estão presentes sem a necessidade de inscrição, ou seja, não necessitam serem postas como signos para que atuem como tal. A própria semiótica é o olhar por sobre as coisas que significam. Um olhar que procura re-organizar os sistemas simbólicos em busca de uma coerência e unidade que lhes dê sentido:  assim como a culinária se apresenta como um sistema semiótico complexo, pois comunica  e apresenta signos...